O site rafamartini.com.br teve acesso a um levantamento inédito da Serasa que revela números preocupantes sobre pessoas físicas inadimplentes em Santa Catarina. Os CPFs negativados no Estado devem, em média, R$ 8.355,79, a segunda mais alta do país, atrás somente do Distrito Federal, com R$ 8.365,04, uma diferença de apenas R$ 10.
No Paraná, o endividamento de cada inadimplente também é considerado alto, mas não passa de R$ 7,1 mil. E no Rio Grande do Sul o valor médio cai para R$ 6,5 mil. A média nacional está em R$ 6.036,94. Ou seja, as pessoas com “nome sujo” no Estado devem 40% a mais do que a média do país.
Atualmente, 2,3 milhões de moradores em SC estão sem acesso ao crédito e com uma série de limitações financeiras por conta da negativação do CPF. Isso representa quase 30% da população economicamente ativa do Estado, que não consegue pagar as contas e, por consequência, financiar um carro, uma casa ou pegar um empréstimo. E olha que nem estamos falando das taxas de juros extorsivas praticadas pelo Banco Central.
As chamadas contas básicas – água, energia e gás – respondem por apenas 3,2% das negativações de Santa Catarina, mas chegam a 9,5% no RS e a impressionantes 15,8% no Paraná.
No quesito negativação por atraso no pagamento às cooperativas de crédito, Santa Catarina é a recordista do país, respondendo por 12,3% das causas do endividamento, 50% a mais do que a média nacional. Tanto no RS quanto no PR este percentual é de 5%.
O estudo completo será divulgado nesta terça-feira (17/6), em todo o país, para marcar o início de um mutirão nacional de negociações de dívidas bancárias liderado pela Serasa com 40 grandes bancos.
A oferta para renegociar dívidas e limpar o nome, com descontos atrativos, é muito bem-vinda. O problema é que na maioria das famílias endividadas sobra mês e falta dinheiro. Um clássico no orçamento doméstico. O contorcionismo para tentar driblar o calendário é sempre o mesmo: paga-se os débitos prioritários – como aluguel, luz, água -, e coloca-se de lado os que, em tese, podem atrasar. O problema é que não existe mágica para esticar cobertor curto. E logo seu CPF estará negativado por inadimplência, também conhecido como “nome sujo”.