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Redação

quarta-feira - 10 de setembro de 2025

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10/09/2025

Um outro olhar venezuelano

No final da tarde do último sábado, fiz uma corrida para um passageiro venezuelano. Com mais de 30 anos, ele está em Florianópolis desde janeiro de 2025. Mas não vive sozinho. Antes dele, vieram o pai, a mãe e um irmão. O destino da corrida era a sua casa, na Lagoa da Conceição. Logo percebi que não se tratava do estereótipo imigrante venezuelano, que chega em busca de ajuda para recomeçar.

Então, fui puxando papo para ver se minha expectativa se confirmava. “Você é de Caracas?”, perguntei para dar início a conversa. Ele logo respondeu: “Não, sou de Puerto Hordaz (cidade industrial e portuária situado na região de Nordeste da Venezuela, uma das mais populosas do país). Depois me falou que foi atraído pelos familiares diante das dificuldades econômicas da Venezuela. “Fiquei cinco anos para vender nossa propriedade na Venezuela”, revelou, antes de falar que pertencia à classe média venezuelana.

Depois disso, o papo fluiu e o venezuelano foi listando algumas diferenças. “Eu gosto da segurança daqui”. Depois, ao ver um posto de gasolina, contou: “Aqui tem gasolina, mas é mais caro. Lá na Venezuela, a gasolina é mais barata, mas nem sempre tem. Há um rodízio para abastecer e por vezes é preciso racionar o combustível para durar a semana inteira”. Outra diferença notada por ele foi na saúde. O pai, sexagenário, precisou de exames de próstata e fez gratuitamente pelo SUS. “Na Venezuela seriam 700 dólares, caríssimo”, disse.

Satisfeito com a nova vida e com familiares espalhados por outros países da América do Sul, a terra natal já parece fazer parte do passado do venezuelano que sonha em empreender na Capital catarinense. “Gostaria de fazer tinchurria, um tipo de churrasco venezuelano feito com tripa de boi, acompanhado de guasacaca (molho tradicional venezuelano que leva pimentões)”, completou.

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