O tarifaço anunciado por Trump caiu igual a uma bomba atômica para o setor produtivo catarinense, que destinou ao Tio Sam cerca de 15% das exportações em 2024. O tamanho do impacto econômico ainda será mais bem dimensionado nos próximos dias, mas não restam dúvidas que será pesado. No campo político, as principais lideranças empresariais de SC, que já vinham disparando contra o governo federal, agora deverão subir o tom ainda mais nas críticas a Lula.
A dúvida é como o eleitor que não está na bolha da polarização irá interpretar esta batalha antecipada de 2026. No Canadá, por exemplo, o tarifaço e a sugestão de anexar o país aos EUA, proposta por Trump logo depois da sua posse, despertou um raro sentimento de união entre conservadores e liberais canadenses.
Os líderes dos dois principais partidos adotaram o mesmo discurso diante dos ataques à soberania e à economia do país, A reação foi tamanha que Trump recuou. Nas eleições de março, os liberais eram vistos como carta fora do baralho, após mais de 10 anos no poder. Já os conservadores, até então apoiadores declarados de Trump na campanha nos EUA, viram a eleição em que eram franco favoritos escorrer pelos dedos. Qualquer certeza, neste momento, pode virar fumaça até o início de agosto, tamanha a complexidade da crise posta à mesa.
