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quarta-feira - 30 de julho de 2025

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30/07/2025

Saia justíssima no velório do professor Rodolfo

 A viúva do professor Rodolfo Pinto da Luz, Lígia Pinto da Luz, impediu a tentativa de cobrir o caixão com a bandeira da UFSC, durante o velório, no final da última sexta-feira. A iniciativa teria partido de um dos integrantes da equipe do atual reitor da universidade, Irineu Manoel de Souza, que o acompanhava na cerimônia de despedida.

A cena, testemunhada por pelo menos três pessoas, causou embaraço aos proponentes, mas foi apoiada por familiares e amigos. Isso porque, em maio de 2024, o Conselho Universitário não aprovou a outorga de Professor Emérito ao ex-reitor da universidade. A sessão do CUn, a exemplo do que ocorreu no recente caso da mudança de nome do campus central, mais parecia uma reunião de condomínio do que um espaço destinado ao alto debate.

Dias antes, quando a proposta foi apresentada pela primeira vez, um conselheiro pediu vista, com base em uma informação da Comissão Memória e Verdade de que Rodolfo Pinto da Luz, em meados dos anos 1970, então estudante do curso de Direito e candidato à presidência do DCE, teria comparecido a um churrasco na casa de um General do Exército. Ao revisar o processo, o mesmo conselheiro manifestou-se favorável à homenagem diante da inconsistência das acusações. Na sessão seguinte, em maio do ano passado, o atual reitor colocou a votação em pauta, com apenas 42 conselheiros presentes, sendo que seriam necessários pelo menos 43 votos favoráveis, o equivalente a três quintos dos votantes, conforme determina o regimento.
Mesmo com a não aprovação por apenas um voto, o reitor também poderia ter exercido sua prerrogativa de veto à decisão do Conselho Universitário e autorizar a concessão ao professor que, enquanto reitor por três oportunidades, sempre lhe abriu as portas para cargos diretivos. Mas Irineu Manoel de Souza não o fez.

O inaceitável para os amigos e familiares foi ver o nome do professor exposto de forma negativa, após mais de 30 anos dedicados à via acadêmica. Apesar de tudo, fidalgo que era, manteve o silêncio. Já a decisão da viúva, no velório, foi a voz em defesa à memória, à justiça e à verdade da biografia de Rodolfo Pinto da Luz.

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