O recente anúncio da contratação de um dos mais renomados urbanistas contemporâneos, o arquiteto dinamarquês Jan Gehl, para o desenvolvimento de um projeto para a área central de Florianópolis, é, sem dúvida, alvissareiro. A iniciativa será custeada pela ACIF e CDL, com apoio técnico da prefeitura.
A ideia é remodelar a região entre o Morro da Cruz e a Ponte Hercílio Luz, nos mesmos moldes do que foi desenvolvido pelo escritório Gehl Architects, em Copenhague, antiga cidade portuária que se transformou em referência em urbanismo a partir dos anos 1960, com as intervenções do mesmo Gehl. Com um cronograma de seis meses para ser desenvolvido, o projeto trará conceitos de mobilidade ativa e proporá a ampliação dos espaços públicos.
O ponto de atenção à proposta deverá se um só para que não seja mais uma naufragar no campo das boas ideias: a formação cultural na Dinamarca, por exemplo, ensinada desde os primeiros anos escolares, foca na valorização do convívio coletivo, onde o interesse público sempre está acima do individual. Enquanto isso, por aqui, predomina a prática do quem pode mais, chora menos e salve-se quem puder.
Uma intervenção urbanística com planejamento e metas de longo prazo, desenhadas pelas mãos de uma referência mundial, merece aplausos. Resta saber o município e demais contratantes dos projetos também terão “braços” para investir em ferramentas de educação que possam mudar a forma como as pessoas interagem atualmente com a cidade.
-13 de outubro de 2025