A reunião da direção executiva da ACIF, nesta terça-feira à noite, trouxe especialistas para falar sobre os atuais desafios na integração entre a orla e o crescimento urbano de cidades litorâneas. Tema, aliás, que deveria ser as prioridades número um, dois e três na agenda de Florianópolis. Entre os convidados, Rafael Bonanata, engenheiro e fundador da OCP | Oceanografia Costeira & Portuária, e os arquitetos Guto Indio da Costa e Luiz Eduardo Indio da Costa, da Indio da Costa A.U.D.T., escritório carioca com mais de 40 anos de experiência em arquitetura e urbanismo.
O processo de poluição e avanço das marés, consequência direta da ocupação desordenada por décadas, é uma marca não somente do litoral catarinense, mas das principais cidades costeiras do país. É consenso também que não existe uma única solução, mas que somente com uma atuação interdisciplinar de vários atores, envolvendo iniciativa privada e poder público, será possível reverter o atual quadro.
Uma das iniciativas por mais simplista que possa parecer, é a de não dar mais as costas ao mar, e passar a enxergá-lo, e respeitá-lo, como uma extensão da cidade, garantindo, inclusive a preservação do meio ambiente local.
Várias iniciativas, como a da reunião desta terça, têm ocorrido com certa frequência em Florianópolis. Recentemente, Floripa Sustentável, trouxe a gestão da Orla para a pauta em uma reunião ampliada. A própria Acatmar defende esta bandeira há anos, sem que nunca tenha recebido a devida atenção.
Ao que tudo indica, finalmente Florianópolis está acordando para tentar reverter este problema que se agrava ano após ano. O primeiro passo, sem dúvida, passa pelo fim dos entraves para implantação das redes de esgotamento sanitário.
Mas também envolve o gerenciamento costeiro, além de um planejamento e regramento atualizados. Desejar um mar sem poluição, integrado à cidade, deveria ser uma realidade, não um sonho cada vez mais distante.
