A iniciativa do Tribunal de Justiça de SC ao instalar a Vara Estadual de Organizações Criminosas é louvável por uma série de aspectos, em especial a centralização e uniformização das sentenças. Uma ação concreta na tentativa de estancar esta necrose que avança pelos mais variados setores da sociedade. Atualmente, são 2.087 processos na Justiça Catarinense, sendo 1.841 em andamento e 246 suspensos. O sistema prisional, superlotado, foi o berço das facções, que hoje comandam a população carcerária.
Nas conversas intramuros, alguns especialistas em segurança pública já admitem que a situação está à beira do incontrolável. Reconhecem, por exemplo, que a tão celebrada queda no número de homicídios é uma consequência direta da ordem que partiu de dentro das penitenciárias. Menos mortes nas ruas, significa menos incursões da polícia dentro das comunidades. E polícia por perto só prejudica os negócios dos traficantes.
Uma leitura quase simplista, mas que retrata a dificuldade das autoridades em dar respostas eficientes no combate ao crime organizado, que é muto mais ágil, articulado, violento e com poder financeiro difícil de imaginar. Enquanto o Estado leva meses para panejar e colocar em funcionamento uma vara especializada, para as facções basta um Salve, espécie de código liberando o terror nas ruas.
Foto: Cecília Bastos/USP Imagem
-30 de julho de 2025