Os números apresentados pelo detalhado levantamento do TCE/SC na sessão desta quarta (11/6), sobre o Universidade Gratuita, não deixam dúvidas: se a intenção ao criar o programa era boa na campanha eleitoral, a execução foi um festival de barbeiragens. Agora é imperativo aos órgãos de controle, como MPSC e TCE/SC, avançarem com celeridade para identificar e denunciar quem agiu de má fé.
Ao menos 18.383 alunos do programa bolsa de estudos Universidade Gratuita e Fundo Estadual de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior Catarinense (Fumdesc) estão matriculados sob algum indício de irregularidade. Foi possível apurar que essas inconsistências podem indicar o valor em risco de R$ 324 milhões.
Entre os dados levantados pelo Tribunal, também há 4.430 casos de renda incompatível com as exigências dos programas de concessão de bolsas e 15.281 divergências em relação ao patrimônio declarado. Há, ainda, 1.699 casos de vínculos empregatícios não comprovados e 335 casos de pessoas que não são naturais de Santa Catarina ou que não moram no Estado.
As informações obtidas tratam de 34.254 inscritos nos dois programas, no primeiro e no segundo semestre de 2024, constantes nos cadastros da Secretaria de Estado da Educação (SED).
No campo das interpretações sobre o impacto das irregularidades nas eleições de 2026, tem cardápio para todos os gostos. Mas ao contrário de analistas mais apressados, os números nunca mentem. A bandeira da campanha eleitoral ficou pesada. Na foto (Maurício Vieira), o conselheiro substituto Gerson Sicca, relator do processo.
