A falta de conexão entre a vida real e o discurso político ficou evidente durante evento realizado em Curitiba, nesta semana. Os três governadores da Região Sul participaram de um debate organizado pela indústria da construção civil. O foco era habitação. E não pouparam críticas, bem fundamentadas, ao governo federal, já de olho em 2026. Até aí, tudo certo. É do jogo e fizeram seu papel de oposição.
A questão é que poderiam, também, ter a sensibilidade de unir esforços quando o assunto é saúde pública à beira do colapso por conta dos casos de síndrome respiratória aguda grave, provocada especialmente pela Influenza (gripe), neste outono.
Poderiam ter aproveitado a oportunidade única, lado a lado, para fazer um apelo à população para que procure o posto de saúde mais próximo e tome as vacinas. Poderiam gravar um vídeo com mensagem apresentando a situação gravíssima que assola os três estados, com UTIs e hospitais superlotados, com número de mortes batendo recorde a cada semana.
Ou, simplesmente, para demonstrar união na condição de opositores, cobrar o Mistério da Saúde por mais recursos e apoio. Eduardo Leite, Jorginho Mello e Ratinho Júnior passaram batido pelo assunto. Em comum, o fato de que os três já decretaram estado de emergência para acelerar a oferta de leitos. Por óbvio, eles têm pleno conhecimento da gravidade.
Enquanto isso…
Desde o início de 2025, o Paraná já registrou 598 óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente em decorrência da Influenza. Santa Catarina teve um aumento de 90%, com 126 mortes entre janeiro e maio em comparação ao mesmo período do ano passado., enquanto o Rio Grande do Sul ultrapassou 300 vítimas fatais. A causa desta calamidade é simples: apenas 40% dos grupos prioritários foram vacinados.
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