O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), conseguiu um feito raro após o anúncio do tarifaço de Donald Trump. Em menos de uma semana se indispôs com o empresariado de São Paulo, com a família Bolsonaro e com os apoiadores que enxergavam nele a imagem da “direita moderada”. Chamuscado por todos os lados, restou uma certeza: não precisava ter entrado no tema de maneira tão atabalhoada.
De olho no bombardeio do seu colega, Jorginho Mello, experiente que é, preferiu silenciar. Nada além de uma nota oficial em que diz que vai trabalhar para defender os interesses da indústria catarinense, por meio da articulação e do diálogo com lideranças internacionais. O governador sabe, por mais que não queira ver Lula nem pintado de ouro, que a carta do presidente Trump é um ataque à soberania do país, em especial a um dos poderes, o Judiciário.
Assim como tem plena consciência que, qualquer palavra fora do script, poderá despertar a ira dos bolsonaristas. E ainda tem o setor produtivo, em que lideranças empresariais já manifestaram apoio ao governador para 2026 e aguardam seus próximos passos.
Jorginho Mello tem incorporado como poucos o personagem do político ultraconservador no PL. Mas quando o assunto é sobrevivência política, ele recorre à sua biografia tucana, ficando em cima do muro até saber para que lado correr.
Foto: Arquivo pessoal
-28 de agosto de 2025